Estude sem o cabresto na boca

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Com o episódio da prisão de um ex-presidente, percebeu-se que as paixões mundanas, ou os comprometimentos espirituais, estão a flor da pele. As pessoas que apoiam a figura central neste caso, cometeram e ainda cometem, passado todo este tempo, atos tresloucados, parecem estar fora de si, em nome de uma ideologia. Acreditam desta forma, mudarem o Brasil. Observou-se agressões físicas, pichação no prédio de uma ministra, opositores tirando o crédito de juízes, tudo em nome deste fanatismo descontrolado. Houve também manifestação, por parte daqueles que são a favor da prisão do tal presidenciável, bem mais comedida. Independente de ser a favor, deste ou daquele, quero tratar deste assunto, pelo aspecto da mente humana, ou seja, as paixões desenfreadas. Estas cenas que observamos, nas ruas e nos veículos de comunicação, muito me parecem com um casal de namorados adolescentes, que estão cada um ao seu tempo, iniciando-se na vida amorosa. Ficam apaixonados, por conta disto, cegos. O objeto da sua paixão, mesmo tendo os piores defeitos, não são percebidos, por conta do descontrole que é causado pela ilusão de amor. No caso da política, alguns sabem e admitem que o seu ídolo roubou, mas se defendem, argumentando que por ter feito algum projeto, então, não se importam, com estas atitudes ilícitas. Outros tantos acreditam, que não houve roubo e que os juízes estão cometendo arbitrariedades. De minha parte, não tenho bandido de estimação, comprovado o roubo , o quero preso, independente de quem seja. Nossos modelos de escolha de candidatos, estão por mais de trezentos anos ultrapassados. O parâmetro é errado por que é cego, idólatra. Idolatramos aqueles que nos roubam, por conta de um apaixonamento inconsequente. Mas, porque acontece isto? Os motes são os mais variados, nem todos consigo evidenciar, por falta de espaço e até conhecimento de causa. Um deles que me ocorre propor reflexão, é que os “apaixonados” não conseguem perceber que o “ídolo”, mudou as suas atitudes no decorrer do tempo, em função do poder, dinheiro e fama. Na verdade, revelou a sua verdadeira personalidade. Já era aficcionado pelo poder, com discurso moralista, apenas pra ludibriar, este perfil de eleitor, menos culto e desatento. Política não é pra amador. Quando me refiro a comprometimentos, quero dizer que estes mesmos espíritos em outras vidas, já estavam juntos nas mesmas ações. E cair na realidade, demora porque, requer maturidade. Tem de ter preparo, e estes visivelmente não o têm. É preciso ter um mínimo de moral, pra entenderem, que o roubo é errado, sob qualquer pretexto. Não tenho condições de analisá-los sob o prisma da medicina ou da psicologia, mas acredito que são doentes, ou ainda que falta algum “parafuso” na cabeça. Ao entrar para as linhas finais desta crônica, eu penso: “será que não me enquadro em algum modelo desta anomalia?” Acredito sinceramente que sim, por estar na condição humana, mas me permito refletir, já mudei de religião, partido político, cidade, profissão e ainda estudo e leio. Sou gente e posso ser louco, mas um louco consciente. Proponho a mesma atitude. Ler e estudar, mas sem o cabresto na boca. Experimente, mas cuidado, pode doer.
Continue respirando…