Nas viagens de trem, quando viajo à Porto Alegre, já se tornou rotineiro, na composição onde estou, pessoas estarem vendendo os seus produtos, ou contando as suas desgraças, suas historinhas tristes. Numa destas viagens, na ida pra capital, um uruguaio estava oferecendo o seu artesanato de arame, e em poucos minutos, adquiri uma bicicletinha. Na volta, um violeiro se apresenta, com a sua música sertaneja, e pede uma colaboração. Em ambos os casos participei, e percebi que, aquelas poucas moedas poderiam estar ajudando aqueles artistas, quem sabe até para a própria alimentação. Mas, há também charlatões, não tenho dúvida disto. Não conhecemos as histórias das pessoas, mas as julgamos. Já encontrei pessoas de culturas maravilhosas, encontrei tantas outras infelizes, mal amadas. Talvez tantos outros tenham me olhado, e pensado isto, ou aquilo, mas nunca me perguntaram. Irão morrer com esta dúvida? Ou não causo nenhuma impressão? Talvez tenham pensado: é um cidadão comum. Acho que vou iniciar conversas em trens, ou ônibus, no mínimo aumentarei a minha cultura, conhecerei pessoas, e aumentarei o leque de assuntos pra escrever. Vida de escritor, é assim: a mão, lápis e o papel estão ali, mas o cérebro, sai pra dar uma volta, e não avisa quando irá voltar.
Continue respirando…
abr 15 2015
Viajando e divagando
Nas viagens de trem, quando viajo à Porto Alegre, já se tornou rotineiro, na composição onde estou, pessoas estarem vendendo os seus produtos, ou contando as suas desgraças, suas historinhas tristes. Numa destas viagens, na ida pra capital, um uruguaio estava oferecendo o seu artesanato de arame, e em poucos minutos, adquiri uma bicicletinha. Na volta, um violeiro se apresenta, com a sua música sertaneja, e pede uma colaboração. Em ambos os casos participei, e percebi que, aquelas poucas moedas poderiam estar ajudando aqueles artistas, quem sabe até para a própria alimentação. Mas, há também charlatões, não tenho dúvida disto. Não conhecemos as histórias das pessoas, mas as julgamos. Já encontrei pessoas de culturas maravilhosas, encontrei tantas outras infelizes, mal amadas. Talvez tantos outros tenham me olhado, e pensado isto, ou aquilo, mas nunca me perguntaram. Irão morrer com esta dúvida? Ou não causo nenhuma impressão? Talvez tenham pensado: é um cidadão comum. Acho que vou iniciar conversas em trens, ou ônibus, no mínimo aumentarei a minha cultura, conhecerei pessoas, e aumentarei o leque de assuntos pra escrever. Vida de escritor, é assim: a mão, lápis e o papel estão ali, mas o cérebro, sai pra dar uma volta, e não avisa quando irá voltar.
Continue respirando…
By Paulo Sérgio Santos • divagando • 0