Eu estava no trem, olhando uma moça que estava na outra composição, ela tinha olhos azuis, usava fones de ouvido, e olhava para aquele aparelho, ligado numa rede social. Eu a observei por um tempo, mas observei também outra moça, morena, de quadril largo, olhos expressivos. Observei várias pessoas, homens e mulheres. E fui analisando tudo ao meu redor, até que me dei conta de que alguém, poderia estar me observando, mas quem? Sob que prisma? Que conclusões estaria anotando? Depois encontrei uma colega de trabalho, ela estava rindo, achei que fosse por causa da sua sombrinha na chuva com vento, mas será? Ainda não sei… E fiquei me analisando, se estava com o zíper aberto, roupa suja, ou será que eu estava falando sozinho, fazendo alguma careta?Pode ser tudo isto, em se tratando de mim. E quando você está urubuzando alguém, já pensou que alguém, já o fez contigo? Que conclusões tiraram?Quem com “zóio” fere com o “zóio”será ferido. E nem falamos de pensamentos, e atitudes menos dignas. Vai dizer que você nunca meteu um olhar de canto, por detrás dos óculos escuros, em alguém, que você considerou diferente, que gostou, ou sei lá, te chamou a atenção? Olha só… não tem ninguém vendo! Confesse agora, os seus crimes mais secretos à você mesmo. Vamos lá, não tenha medo. Estamos a todo tempo, mirando indiscretamente alguém, mas achamos normal. Ou nos considerando normais, ao passo que os outros, é que não são, mas qual é o padrão de normal? Cada um tem o seu. E agora eu pergunto: será que alguém em alguma parte desta cidade, está escrevendo uma crônica, dizendo que me observou, e que me achou engraçado, ou que algo em mim chamou atenção, e que viu em mim um motivo pra escrever?Ah, não mereço tanto. Loucuras acontecem em viagens de trens. Observe mais.
Continue respirando…
nov 11 2015
Observações de um viajante
Eu estava no trem, olhando uma moça que estava na outra composição, ela tinha olhos azuis, usava fones de ouvido, e olhava para aquele aparelho, ligado numa rede social. Eu a observei por um tempo, mas observei também outra moça, morena, de quadril largo, olhos expressivos. Observei várias pessoas, homens e mulheres. E fui analisando tudo ao meu redor, até que me dei conta de que alguém, poderia estar me observando, mas quem? Sob que prisma? Que conclusões estaria anotando? Depois encontrei uma colega de trabalho, ela estava rindo, achei que fosse por causa da sua sombrinha na chuva com vento, mas será? Ainda não sei… E fiquei me analisando, se estava com o zíper aberto, roupa suja, ou será que eu estava falando sozinho, fazendo alguma careta?Pode ser tudo isto, em se tratando de mim. E quando você está urubuzando alguém, já pensou que alguém, já o fez contigo? Que conclusões tiraram?Quem com “zóio” fere com o “zóio”será ferido. E nem falamos de pensamentos, e atitudes menos dignas. Vai dizer que você nunca meteu um olhar de canto, por detrás dos óculos escuros, em alguém, que você considerou diferente, que gostou, ou sei lá, te chamou a atenção? Olha só… não tem ninguém vendo! Confesse agora, os seus crimes mais secretos à você mesmo. Vamos lá, não tenha medo. Estamos a todo tempo, mirando indiscretamente alguém, mas achamos normal. Ou nos considerando normais, ao passo que os outros, é que não são, mas qual é o padrão de normal? Cada um tem o seu. E agora eu pergunto: será que alguém em alguma parte desta cidade, está escrevendo uma crônica, dizendo que me observou, e que me achou engraçado, ou que algo em mim chamou atenção, e que viu em mim um motivo pra escrever?Ah, não mereço tanto. Loucuras acontecem em viagens de trens. Observe mais.
Continue respirando…
By Paulo Sérgio Santos • Viajando • 0